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sábado, 4 de agosto de 2012

50 anos da abertura do Concílio Vaticano II


1. Emoção especial. Ao escrever sobre os 50 anos do início do maior evento da nossa Igreja católica no século XX, o Concílio Vaticano II (1962-1965), não posso impedir de experimentar uma emoção muito especial. Vivi em Roma de 1961 a 1964 e acompanhei de perto, e deslumbrado, o que ali acontecia anunciando imensas mudanças em nossa Igreja. O Instituto dos Irmãos de La Salle, do qual sou membro, me agraciara com os estudos na Universidade São João do Latrão, e lá estava eu, como jovem estudante, acompanhando curioso e interessado a novidade do Concílio.

2. Antes do Concílio. O Papa Pacelli (Pio XII) morreu em outubro de 1958. Os Cardeais eleitores estavam com grande dificuldade para a escolha do sucessor da autoridade eclesiástica gigante, que dominou a primeira metade do século XX. O escolhido foi um Cardeal bem idoso, rechonchudo, simples, humilde, bondoso e de grande sabedoria. Parecia que tinha sido eleito para um período de transição enquanto se preparava um Cardeal à altura de Pio XII. Seu nome Ângelo Roncalli. O nome que escolheu: João XXIII

3. A surpresa. Alguns meses depois, em fevereiro e março de 2009, o novo Papa anunciava e convocava um Concilio Ecumênico, o 21º da Igreja, a realizar-se no Vaticano. O primeiro havia sido em 1870. O Papa sentia a necessidade de “aggiornare la Chiesa”, isto é, “atualizar e renovar a Igreja” para o mundo em mudança, que estava despontando naquele final da década de 50. E ele convocou oficialmente a todos os Bispos do Mundo, os principais teólogos e biblistas para o magno encontro em Roma em outubro 1962. Equipes de Trabalho foram organizadas para os temas a serem tratados e para as devidas providências quanto à infra-estrutura, nada fácil, para mais de 2.000 pessoas. Sem dúvida, era uma ousada loucura daquele Papa tão idoso, de 82 anos de idade. E não deu tempo de fazer tudo de uma só vez. O Concílio, então, durou de 1962 a 1965. Em 1963 João XXIII faleceu. Seu sucessor, o Papa Paulo VI (Cardeal Giovanni Batista Montini), porém, deu continuidade e levou até o fim a histórica empreitada e liderou sua colocação em prática até 1978.

4. Mas o que é um Concílio? Um concílio ecumênico é uma reunião oficial de autoridades eclesiásticas com o objetivo de discutir e deliberar sobre importantes questões doutrinais e pastorais (fé e moral). Suas decisões tem um valor muito especial e compromete a Igreja toda. Mas pode haver também Concílios Nacionais, Provinciais, Diocesanos. Entretanto, para estes, cabe melhor o termo Sínodo (syn-junto, odos-caminho), isto é, dialogar e procurar consensos para um caminhar unido e coeso da Igreja. Nos Atos dos Apóstolos, cap.15, 1-35, há informações sobre o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja Cristã. Aconteceu em Jerusalém, para questões da adaptação do cristianismo no mundo greco-romano, tão diferente do mundo judeu, onde nascera.

5. A importância do Concilio Vaticano II. Nestos próximos artigos os/as leitores/as encontrarão uma introdução aos Documentos Conciliares, que continuam marcando a história de nossa Igreja, e um pouco do espírito e do clima renovadores gerados e impulsionados pelo Concílio. .

Irmão Nery fsc, de Machado, MG, é Religioso Irmão de La Salle, educador, catequeta e escritor.

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