“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi” (João 15,16)
Vocação é
um chamado que Deus faz a cada pessoa. Ele tem um projeto de construção
de seu Reino e necessita de colaboradores. A resposta a esse chamado se
dá através da missão assumida. A própria Sagrada Escritura traz alguns
textos que narram a experiência de pessoas que foram tocadas pelos
apelos da vida, dos acontecimentos da história e responderam ao chamado
de Deus.
Abraão
foi chamado a sair de si mesmo para construir um mundo melhor. Deus o
chamou para liderar o projeto da formação do seu povo. Moisés foi
chamado para animar e libertar o povo escravizado. Jonas foi chamado
para converter uma cidade. João Batista recebeu a missão de preparar a
vinda do Senhor. Os apóstolos foram chamados, pelo próprio Jesus, para a
propagação do Reino. Maria foi chamada para cooperar no plano salvífico
de Deus.
A
vocação catequética não é diferente. É um chamado que Deus faz às
pessoas que se comprometem com o trabalho de construção do seu Reino. Um
chamado a sair de si mesmo e ir ao encontro do outro, fazendo-o se
encantar por Jesus Cristo e sua proposta de vida plena. O catequista é
alguém que recebeu o chamado para exercer este ministério. É um passo a
mais no seguimento e no testemunho a Jesus Cristo.
A
vocação do catequista se revela com o atendimento a esse chamado para
assumir, verdadeiramente, o batismo e anunciar, com alegria, o Reino de
Deus. É chamado a refletir em seu rosto a alegria, o entusiasmo, o
encantamento por Jesus e seu projeto. “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é
nossa alegria; segui-lo é uma graça; transmitir este tesouro aos demais
é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher.”(DA
18). Desta forma, o catequista é alguém chamado a conhecer Jesus
Cristo, amá-lo e levar sua mensagem a todos por meio do testemunho de
vida.
A missão
do catequista é atrair as pessoas ao seguimento de Jesus e fazer
experiência do amor de Deus. Portanto é uma pessoa escolhida por Deus,
através da Igreja e, por ela, encarregada para ser sinal-instrumento
eficaz, para transmitir, com a própria vida e pela Palavra, a Boa Nova
do Reino de Deus que se revelou plenamente em Jesus Cristo.
Diante
desse chamado para ser encantador de pessoas por Jesus, o catequista
precisa ser uma pessoa que ama e se sente realizada; pessoa de
maturidade humana e de equilíbrio psicológico; pessoa de
espiritualidade, que deseja crescer na santidade; que alimenta sua vida
na força do Espírito Santo, para transmitir a mensagem com coragem, com
entusiasmo e ardor; que se nutre da Palavra de Deus, da vida de oração,
da Eucaristia e da devoção mariana.
O
catequista é pessoa que descobre o rosto de Deus nas pessoas, nos
pobres, na comunidade, no gesto de justiça e de partilha e nas
realidades do mundo. É pessoa integrada no seu tempo e identificada com
sua gente. “Olha o mundo com os mesmos olhos com que Jesus contemplava a
sociedade de seu tempo” (DGC 16).
O
catequista é ainda uma pessoa em processo de crescimento e de
aprendizado, desde a infância até a velhice. É alguém que sabe que não
basta boa vontade: é preciso atualização. É pessoa de comunicação, capaz
de construir comunhão e cultivar amizades; pessoa capaz de conviver e
de fazer a experiência da partilha em comunidade.
Ser
catequista é assumir a missão de Jesus Cristo, ser verdadeiramente outro
Cristo, ser sinal visível de Deus, fazer ressoar a Palavra de Deus por
meio da vida e dos ensinamentos. Ser catequista é ser Igreja, assumir a
identidade de Igreja e testemunhar a graça e o amor de Deus em comunhão
com a Igreja, Sacramento de salvação.
Assim,
para desempenhar bem este bonito ministério e exercer bem a missão, o
catequista deve ser pessoa simples, capaz de receber a todos. Deve ser
pessoa atenciosa e sensível para escutar conforme as necessidades de
cada catequizando; disponível para o serviço; pessoa de fé e de bons
exemplos; autêntica e honesta consigo mesma e com os outros. Deve ser
ponto de união e de comunhão; um animador que leve a comunidade a
crescer no caminho de Jesus Cristo.
Pe. Almerindo da Silveira Barbosa
Comissão Bíblico-Catequética da Diocese de Luz-MG
02.05.2012
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