Quando começou a existir a catequese cristã, já nos primeiros séculos, as pessoas que desejavam ser cristãs eram geralmente adultas. Praticavam outras crenças e deviam passar por um processo de conversão antes de serem batizadas.
Essa
catequese era chamada de Iniciação cristã.
Era um caminho de introdução gradativa na fé, na participação da Comunidade,
no conhecimento da Palavra de Deus e na vida sacramental. Quando já estavam
preparadas, recebiam numa só celebração, os sacramentos do Batismo, da Crisma e
da Eucaristia. São esses os três Sacramentos que integram a Iniciação cristã. Isso
acontecia na festa da Páscoa, e a Quaresma e a Semana Santa proporcionavam a
preparação imediata para estes Sacramentos. Assim, a Páscoa era o sacramento da
ressurreição dessas pessoas para uma vida nova, renunciando aos seus deuses
para viverem na Igreja de Jesus ressuscitado.
O
Concílio Vaticano II elaborou um novo Rito de Iniciação cristã dos adultos em
1972, recuperando a riqueza dos ritos do Catecumenato. Em alguns lugares, esse
rito tem sido usado não só com os não-batizados, mas também para reintegrar os
católicos afastados. Contudo, parece que a maioria das paróquias e dioceses até
hoje não assumiu essa nova proposta. É uma pena, porque se trata de um
itinerário gradativo e espiritual, que envolve toda a vida do catecúmeno.
Esse
itinerário se divide em 4 tempos:
1º. Pré-catecumenato, para a primeira
Evangelização;
2º. Catecumenato, com uma catequese
completa;
3º. Purificação e Iluminação, com a
recepção simultânea do Batismo, da Crisma e da Eucaristia na festa da Páscoa;
4º. Mistagogia, para aprofundar a
vida sacramental e a experiência de comunidade eclesial.
Não
há pressa de batizar, crisma ou fazer a 1ª Eucaristia. E vários momentos e
ritos vão levando o catecúmeno até a festa da Páscoa, sempre acompanhado pela
comunidade.
Há
40 anos foi publicado o Rito de Iniciação cristã. Ainda que não tenha sido
assumido pela pastoral, não deveria ao menos questionar um modelo de Catequese
que não vai além de aulas teóricas, sem proporcionar um itinerário de
experiência espiritual, tanto para os adultos como para as crianças?
Revista de Aparecida. Ano 10 - nº 121 - Abril 2012.
FONTE: Catequese Caminhando
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