© Letícia Thompson
Nem todos os caminhos podem ser evitados, apesar de todos os nossos esforços para seguir outra ou outras direções.
Podemos
decidir estar aqui ou ali, fazer isso ou aquilo e sonhar milhões de
sonhos que temos certeza de que, pelo menos um deles será realizado
segundo nossos planos e as ações que tentamos colocar em obra para a
realização deles. Mas entre nós e Deus há a distância dos céus e do
conhecimento de todas as coisas.
Meu coração, tão humano, frágil e
sujeito à provações e dores conhece apenas meus desejos e o que vai
além disso é do domínio do meu Criador. Aceitar sem questionar, sem
querer saber do amanhã ou do depois ou dos porquês que, à bem da
verdade, nem sempre nos reconfortarão, é depositar em Deus uma confiança
absoluta e cega. Não nos preparamos o suficiente para isso nesse longo
caminho da existência. Portanto, deveríamos.
Deus nos planta em
algum lugar, nos cerca de amigos, nos dá os dias e noites necessários a
esse tempo e todas as vivências que, por onde quer que andemos depois,
estarão impregnados eternamente em nós.
Quando devemos mudar de
planos, caminhos, direções, nossa estabilidade sofre porque a segurança
vem da constância. A gente não percebe que a terra gira, que ela está em
movimento e que todas as coisas sempre estão em movimento, desde as
crianças que nascem aos mais vividos que voltam às suas origens.
São
as mudanças que nos enriquecem, que nos mostram novas paisagens, trazem
novos planos e nos fazem encontrar novas pessoas e novas coisas.
Ter
muitos porquês nos impede de viver. Crer em Deus e nos Seus planos nos
traz a serenidade que só a fé pode trazer e nos conduz à fonte do prazer
de viver, da qual beberemos e da qual seremos saciados.
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