Jesus, com Sua partida para o Céu,
consola Seus discípulos e firma Seus passos com a ajuda de Deus. Por
isso, prepara-os para receber a força que virá. Afinal, Sua ida é certa e
necessária: “No entanto, eu vos digo a verdade: É bom para vós que
eu parta; se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for,
eu vo-lo mandarei” (Jo 16,7). É bom que Jesus vá, porque o
Defensor – o Espírito Santo – enviado aos discípulos, unidos em
comunidade, dará continuidade histórica ao ministério de Jesus,
restaurador da vida.
Cristo fala aos discípulos de Sua partida
e eles se entristecem. Ele, porém, os exorta a sentir alegria, pois
somente com Sua partida virá o Paráclito. O discípulo, deixando-se guiar
pelo Defensor, estará no caminho seguro. A fé é a confiança plena no
Deus da vida que, por Seu Espírito, nos inspira no caminho certo, no
qual não somos seduzidos pelas ilusões frágeis e passageiras do mundo.
Agora, os próprios discípulos, unidos ao
Espírito, são os protagonistas da missão restauradora e vivificante. O
Espírito Santo, que já estava presente em Jesus, é colocado em destaque
a partir da ocultação do Jesus visível e sensível. O Espírito é uma
presença tão forte entre nós como era a presença de Cristo no momento
histórico de Seu ministério. O Paráclito atualiza a presença do Senhor
na comunidade dos discípulos. Sua ação é reconhecida pela fé em todo ato
de amor, que remove a injustiça, promove a vida e constrói a comunhão e
a paz.
É, portanto, bom que Jesus vá, pois o
Defensor – enviado aos discípulos unidos em comunidade – tornará
continuada a obra redentora e o ministério vivificante de Cristo.
E uma vez presente o Espírito de Deus, os
discípulos – unidos a Ele – são os protagonistas da missão vivificante.
Com a presença atuante e operante do Espírito Santo, Jesus passa a ter
uma presença escondida “física e humanamente falando”.
Podemos assim dizer que o Espírito Santo
atualiza a fé dos discípulos na presença de Jesus, na Sua Igreja,
formada pelos apóstolos em primeira mão, depois pelos discípulos e,
consequentemente, por toda a comunidade de fiéis nos nossos dias. Ele
nos unge para a missão de questionar o mundo quanto ao pecado, à justiça
e ao julgamento. Assim sendo, é nossa tarefa como missionários
denunciar as estruturas injustas, o mundo do pecado que alimenta e
sustenta a máquina promotora da “cultura de morte” em nosso meio. É
nossa missão anunciar e testemunhar o mundo novo, onde a vida prevalece e
triunfa sobre a morte.
Isso só acontecerá na nossa vida se
pedirmos a força que vem do Alto. Portanto, rezemos! Peçamos ao Pai
Celeste que nos conceda o dom do Espírito Santo, para que tenhamos o
Protetor, o Advogado, o Defensor, o Intercessor, o Consolador a nos dar
forças, a fim de podermos enfrentar – e vencer! – o mundo, usando sempre
como instrumento de trabalho o selo cunhado com o “carimbo do céu”:
Jesus Cristo. Ele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Padre Bantu Mendonça
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