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terça-feira, 22 de maio de 2012

AS ESTAÇÕES E SEUS SEGREDOS

Aprendamos com a natureza a recomeçar

Nasci numa manhã ensolarada de verão e gosto mesmo é do sol quente e brilhante desta estação. Porém, já aprendi com a vida que os outonos são necessários, assim como os invernos e também as primaveras. Na verdade, cada estação traz sua beleza e sua contribuição para que a vida não pare.
Agora aqui, na Europa, é primavera; no Brasil, outono e, assim, em todas as partes do mundo a natureza vai se revelando nas quatro estações, enquanto nos ensina, em silêncio, a também lidar com a arte de viver bem cada momento da nossa existência.
Aprendemos que o outono é o tempo dos ventos fortes e das folhas que caem. É a vez de deixar passar o que passa e ficar com o essencial; a vida precisa se abrir à renovação.
Já o inverno é a estação das chuvas intensas, do frio e da pouca luz. No entanto, traz também sua beleza. Em alguns lugares, ele cobre tudo com o manto branco e gelado da neve; em outros, nesse período as chuvas fortes lavam a  natureza, ensinando-nos que lavar a alma também é preciso em tempo de silêncio e espera.
Na primavera, as cores enfeitam o universo de uma beleza rara. É a esperança que desponta, dando a vez ao poder da vida. E no verão, o brilho e o calor do sol exaltam a criação, convidando-nos a abrirmos o coração e deixarmos a luz divina entrar.
A natureza é sábia, conhece suas estações, compreende a linguagem de cada uma delas e as respeita passo a passo.
Há quem diga que “As estações do ano revelam a beleza que se esconde na harmonia dos contrastes”. Concordo e até acredito que também a vida humana tenha as suas estações e contrastes que se entrelaçam. A questão é: será que respeitamos a nossa metamorfose como faz a natureza?
Perdas e ganhos; frio e calor; escuridão e brilho, morte e vida. Tudo isso faz parte das muitas fases da nossa existência e não há como ser diferente porque a vida segue seu rumo. Já pensou se a natureza resolvesse parar em alguma das estações? Nós também não podemos parar em nenhuma das “estações” da nossa existência.
As podas do outono sempre vêm... Paciência! Elas são necessárias para fazer desabrochar o novo.
É verdade que, muitas vezes, os ventos do outono sopram forte contra nós e, assim, como folhas, vemos nossos sonhos voarem levados pelo ar. São perdas dolorosas, mas necessárias na arte de viver. Nessa hora é preciso calma. A Palavra de Deus nos ensina: "Depois da tempestade vem a calmaria” (Mc 4,39). E suportar o outono, com paciência, é preparar-se para a vitória que virá.
Quando o inverno chega todo o mundo percebe! Apesar de trazer também sua riqueza e ser uma estação aconchegante, não se pode fugir da realidade. O inverno é a estação do recolhimento, da reflexão, do silêncio, da espera… E ele não dura para sempre!
A Palavra de Deus lembra: "O pranto pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer” (Sl 30,5).
Quando tudo parece imóvel e os dias são iguais, a semente começa a brotar. Nasce no coração uma esperança. A vida ressurge na força dos sonhos e, com eles, a existência se reveste de cores e brilho. É a primavera chegando, trazendo de volta a alegra da vida. Tudo parece ter um novo sentido, e a Palavra de Deus certifica: “A vida venceu a morte” (I Cor 15,55).
O tempo passa e, numa determinada manhã, o sol volta a brilhar mais forte.  É o verão que chega trazendo o calor para aquecer nossos sonhos e a luz para iluminar nossos passos. Assim a vida prevalece. É a vitória afinal!
A natureza ensina-nos que quem passa por cada estação, sem queimar etapas, chega sempre à vitória e contempla a plena luz.
Seja qual for a estação que você esteja hoje, acredite: Deus está ao seu lado e o quer vivendo bem esse tempo. Nos aparentes contrastes, Ele costuma nos surpreender com Seu jeito sempre novo de  amar.
Abramos nossos corações ao Amor do Senhor, pois este é mais radiante do que as cores da primavera, mais intenso que o calor do verão, mais forte que os ventos do outono e tem o poder de vencer todos invernos da alma
Dijanira Silva

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