O
mês de agosto é identificado por nós como o “Mês das Vocações”,
refletindo o compromisso que cada cristão tem em relação ao seu batismo.
Daí brota o compromisso vocacional, fruto da participação no sacerdócio
de Jesus Cristo. Esta participação pode ser em nível de sacerdócio
batismal ou ministerial, fato que acontece no sacramento da ordem.
No primeiro
domingo olhamos para a figura do padre, para aquele que tem uma missão
bem precisa e estritamente sobrenatural, porque o chamado é feito pelo
próprio Deus. A escolha não é do vocacionado, mas do próprio Cristo, de
forma especial e totalmente voltada para a missão na vida da Igreja.
A vocação é uma
ação gratuita, é um presente de Deus e dentro das nossas
possibilidades. Deus não exige o impossível e dá a sua graça a quem Ele
convida. Foi o que aconteceu na escolha dos apóstolos, todos chamados
pelo nome, pessoas simples, alguns pescadores, fazendo deles “pescadores
de homens” e verdadeiros missionários.
A resposta ao
chamado não é uma ação simplesmente humana, porque a iniciativa não é
nossa. O vocacionado tem que contar com a presença revitalizadora de
Deus dando a dimensão da responsabilidade que sinaliza a ação da Igreja
no mundo. Cada vocacionado age em nome da Igreja como instrumento do
Reino.
Ao voltar para
junto do Pai, Cristo quis contar com os sacerdotes para continuar sua
missão no mundo. Isto tem acontecido em todos os tempos da história da
Igreja e dos povos, sendo uma presença de sinal do sagrado e da
construção de uma cultura mais humana e cristã, dando o perfil
sacramental da comunidade cristã.
Ser padre pode
ser um peso para a pessoa vocacionada, mas é uma vocação que deve ser
assumida com determinação e plena liberdade. Deus não força ninguém ao
dar a sua resposta. Ele faz a proposta e espera de nós uma resposta
pessoal, consciente e natural, em vista do bem da humanidade e da
construção da sociedade cristã de acordo com a Igreja e Jesus Cristo.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.
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