Dando sequencia as
celebrações do mês vocacional, rezemos hoje pelas famílias.
A família é um “dos
tesouros mais importantes” e “patrimônio da humanidade” (DAp, 432). É um
bem para o casal, para os filhos, para a Igreja e para a sociedade. É lugar de
realização humana, geração da vida, igreja doméstica, formadora de valores.
Rezemos pela
santificação de nossas famílias: que sejam lugar do cultivo do amor, do
diálogo, da acolhida, do perdão, da realização humana, da fidelidade e da paz.
Rezemos, de
modo especial, por todos os pais, neste dia a eles dedicado.
Canto
inicial (“Ilumina, Ilumina”, de Pe. Zezinho, CD Momentos
Especiais; Paulinas, COMEP)
1. Minha prece de pai é que meus filhos sejam
felizes. / Minha prece de mãe é que meus filhos vivam em paz. / Que eles achem
os seus caminhos! Amem e sejam amados! Vivam iluminados! / Nossa prece de
filhos é prece de quem agradece. / Nossa prece é de filhos que sentem orgulho
dos pais. / Que eles trilhem os teus caminhos! Louvem e sejam louvados! Sejam
recompensados!
Refrão: Ilumina, ilumina / nossos
pais, nossos filhos e filhas! / Ilumina, ilumina / cada passo das nossas
famílias!
2. Minha prece, ó
Senhor, / é também pelos meus familiares. Minha prece, ó Senhor, / é por quem
tem um pouco de nós. Que eles achem os seus caminhos! Amem e sejam amados! /
Vivam iluminados!
Introdução
A. (Animador): Querida família cristã, sejam todos
bem vindos à nossa celebração. Hoje falaremos da vocação familiar, vista pelo
Documento de Aparecida como um “tesouro” ameaçado pela cultura atual, que
mostra o divórcio como algo natural e atraente para a família. De coração
contrito e humilde, e com muito entusiasmo, iniciemos nossa celebração.
T. (Todos): Em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Amém!
A.: A família de
Nazaré é para nós exemplo de unidade, diálogo, compreensão, respeito, amor, enfim,
rezemos pela vocação familiar, que é dom e graça de Deus na humanidade.
L1 (Leitor 1): “A família cristã está fundada no sacramento do matrimônio entre um
homem e uma mulher, sinal do amor de Deus pela humanidade e da entrega de
Cristo por sua esposa, a Igreja. A partir dessa aliança se manifestam a paternidade
e a maternidade, a filiação e a fraternidade, e o compromisso dos dois por uma
sociedade melhor” (DAp n. 433).
T.: “A família
tem início na comunhão conjugal, como ‘aliança’, na qual o homem e a mulher
‘mutuamente se dão e recebem um ao outro’” (João Paulo II, Carta às
Famílias).
L2: “No matrimônio, o homem e a mulher unem-se entre si
tão firmemente que se tornam – segundo as palavras do livro do Gênesis – ‘uma
só carne’ (Gn 2,24) [...]. Uma existência chamada a servir a verdade no amor. O
amor faz com que o homem se realize através do dom sincero de si: amar
significa dar e receber aquilo que não se pode comprar nem vender, mas apenas
livre e reciprocamente oferecer” (João Paulo II, Carta às Famílias).
T.: “A família,
que tem início no amor do homem e da mulher, se origina radicalmente do
mistério de Deus. Isto corresponde à essência mais íntima do homem e da
mulher, à sua constitutiva e autêntica dignidade de pessoa” (João Paulo II,
Carta às Famílias).
Canto (Se oportuno: “Famílias
do Brasil”, de Pe. Zezinho, CD Canções que a fé escreveu; Paulinas, COMEP)
Testemunho
Vocacional
L3: Joana Beretta Molla nasceu no ano de 1922 na Itália.
Recebeu de seus pais o ensinamento da fé católica e em sua juventude, enquanto
estudava, expressava a sua fé no trabalho com a Ação Católica, além de ser
profundamente caridosa e dedicada à caridade com os mais pobres. Formou-se em
medicina e, em 1950, abriu um consultório, onde demonstrou cuidado especial
com as mães, crianças, idosos e pobres, considerando a sua vocação como um dom
de Deus.
L4: No ano de 1955 casou-se com Pedro
Molla. Depois de quatro anos de casada já tinha três filhos, e sabia equilibrar
os deveres de mãe, de esposa e de médica. Na quarta e quinta gravidez, Joana
teve dois abortos espontâneos, sem conseguir explicações satisfatórias para o
ocorrido. Em 1961, ela engravidou pela sexta vez. Mesmo ciente dos riscos da
nova gravidez, Joana Beretta não deixou de amar a criança esperada.
L5: Em seguida descobriu que tinha um tumor no útero e
este deveria ser extirpado. Entretanto precisaria retirar todo o útero. A
consequência da cirurgia seria a morte do bebê. Porém Joana nunca aceitou esse
procedimento, e dizia: “a mãe dá a vida pelo filho”. Pediu, então, ao cirurgião
que salvasse a vida que trazia em seu seio.
L6: Após sete meses de gestação, e sem hesitação, exigiu
que salvassem a vida da criança. Com admirável força, com profunda dedicação de
mãe, e depois de muito sofrer, no dia 21 de abril de 1962, por meio de uma
cesariana, deu à luz uma menina de quatro quilos e meio. O pai batizou a filha
com o nome de Joana Emanuela, homenageando a mãe e o nome que significa “Deus
Conosco”, louvando a presença de Deus em suas vidas.
L7: Joana sabia que aquela criança enriqueceria o lar de
sua família, porém sabia também que não poderia gozar da presença de Emanuela.
Apesar dos esforços dos médicos para salvar a vida também da mãe, no dia 28 de
abril, Joana morreu, aos 39 anos de idade. Seu funeral foi marcado por uma
profunda comoção de fé e oração. Assim disse o papa Paulo VI sobre o exemplo de
Joana:
T.: “Uma jovem mãe da Diocese de Milão que, para dar a
vida à sua filha, sacrificava, com imolação meditada, a própria”.
L8: Joana Beretta foi beatificada pelo papa João Paulo II
no dia 24 de abril de 1994, no Ano Internacional da Família. E elevada aos altares
como santa, com a presença de sua filha, Joana Emanuela, no dia 16 de maio de
2004.
A.: Neste momento, procuraremos partilhar nossas opiniões
sobre algumas questões.
L1: O que suscita em nós o testemunho de vida de Santa
Joana Beretta Molla? Conhecemos alguma mãe que como ela deu a sua vida para
salvar o seu filho ou filha?
L2: Santa Joana tinha como modelo de família a vivência do
amor, da oração, da doação, da defesa da vida. E hoje, quais são os modelos que
encontramos?
L3: A partir do testemunho de Santa Joana e do exemplo da
família de Nazaré: Jesus, Maria e José, como é possível enfrentar os desafios
que afligem nossa família atualmente?
Refrão Orante (“Onde reina o amor”, Taizé, CD Coração Confiante;
Paulinas, COMEP)
T.: Onde reina
o amor, fraterno amor. Onde reina o amor, Deus aí está.
Leitura Orante da
Palavra de Deus
A.: A Palavra de Deus edifica e sustenta
as famílias. Caminhar alicerçado nela é construir bases sólidas de amor,
esperança e de vida plena a cada momento. Com ouvidos de discípulos atentos ao
Mestre, aclamemos:
Canto de
aclamação (“A vossa
Palavra Senhor”, de Frei Luiz Turra. In.: Canta Povo de Deus, São Paulo,
Loyola, 1998)
Refrão: A vossa
Palavra, Senhor, é sinal de interesse por nós. (bis)
1. Como um pai
ao redor de sua mesa, revelando seus planos de amor.
2. É feliz quem
escuta a Palavra e a guarda no seu coração.
3. Neste
encontro da Eucaristia aprendemos a grande lição.
A.: O Senhor esteja convosco.
T.: Ele está no
meio de nós.
A.: Proclamação do Evangelho de Jesus
Cristo segundo Lucas (Lc 2,41-52).
T.: Glória a
vós, Senhor.
Lado A: Todos os anos, os pais de Jesus iam
a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando completou doze anos, eles foram
para a festa, como de costume. Terminados os dias da festa, enquanto eles
voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem.
Lado B: Pensando que se encontrasse na caravana,
caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e
conhecidos. Mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, procurando-o.
Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mestres,
ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas.
Lado A: Todos aqueles que ouviam o menino
ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram,
seus pais ficaram comovidos, e sua mãe lhe disse: “Filho, por que agiste assim
conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!”. Ele
respondeu:
T.: “Por que me procuráveis? Não sabíeis
que eu devo estar naquilo que é de meu pai?”.
Lado B: Eles, porém, não compreenderam a palavra
que ele lhes falou. Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era
obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração. E Jesus ia
crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens.
A.: Palavra da Salvação.
T.: Glória a vós, Senhor.
(Breve momento de meditação)
Passos para a Leitura Orante
A.: Neste momento, no qual refletiremos sobre
a Palavra de Deus, é importante respondermos algumas questões.
1º passo – O que o texto diz em si?
L4: Qual foi o motivo da viagem? Quem são os
personagens e o que fazem? Quais são as falas dos personagens? Como eram as
relações entre eles?
2º passo – O que o texto me diz? E
para minha comunidade?
L5: O que mais chamou a minha atenção no texto?
Que luzes o texto traz para minha vida familiar e para vida em comunidade
cristã? Há algo que não entendi no texto?
3º passo – O que este texto me leva
a dizer a Deus?
L6: Peça, agradeça ou louve a partir das luzes
e pistas descobertas com a leitura e partilha da Palavra de Deus.
4º passo – Quais os compromissos
que eu assumo a partir da Palavra de Deus?
L7: O que precisa mudar em minha família? Expor
um compromisso pessoal e familiar, sem dizer o problema. Elaborar um
compromisso da comunidade cristã com as famílias da paróquia ou diocese.
Oração Vocacional
A.: Deus amoroso, tu que
enviastes vosso Filho para encarnar-se no seio de uma família, que teu Espírito
infunda em nós os dons da fidelidade e responsabilidade, para respondermos com
ardor o nosso chamado a viver a vocação familiar. Senhor da messe, pedimos que
sejamos atentos ao vosso chamado, que, a exemplo de Jesus, Maria e José,
tenhamos a fé e disponibilidade para responder Sim e sirvamos com alegria na
construção do teu Reino.
T.:
Amém!
A.:
Jesus
manso e humilde de coração!
T.:
Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
Concluir
com Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
.
Canto
final (“Oração
pela família”, de Pe. Zezinho, CD Sol nascente, sol poente; Paulinas, COMEP)
Aprofundamento
A
partir do Evangelho de Lucas (Lc 2,41-52) percebemos que cada pessoa é chamada
a cuidar e zelar pela família. Na família somos chamados a ser exemplos do
amor, testemunhando para a cultura atual, muitas vezes descrente, que a família
continua sendo sinal de Vida Plena.
A
família é a igreja doméstica, o lugar onde o amor de Deus deve acontecer. Neste
espaço devem ser cultivados os valores cristãos. Deus também quis ter uma
família e nela se encarnou, tão somente por amor gratuito. O Catecismo da
Igreja Católica, em seu nº 458, nos diz que: “A família é a célula originária
da sociedade humana [...]. Os princípios e os valores familiares constituem o
fundamento da vida social. A vida em família é uma iniciação à vida da
sociedade”.
Dessa
forma a vocação familiar deve nos impulsionar a dinamizar o amor, o respeito, o
diálogo, construir relações fraternas, frente a uma sociedade cada vez mais
egocêntrica, onde os valores comunitários estão sendo esquecidos. O
vocacionado à família deve testemunhar que é possível viver esta vocação com
olhar cristão na atualidade, que constituir família não é coisa do passado e
tampouco fruto do acaso, mas é opção. Assim, a Palavra de Deus nos dá pistas de
como abraçar e viver esta vocação de maneira madura e responsável.
Outro ensinamento importante da Palavra é sobre a mesa
onde fazemos as refeições. Ela é muito importante para nós cristãos e para
nossas famílias, pois foi ao redor de uma mesa que Jesus se entregou por todos
nós, por isso, precisamos resgatar o sentido da mesa, lugar de encontro, de
partilha, de perdão, de orientação; lugar onde as nossas relações familiares se
sustentam e se transformam em relações fraternas e amorosas.
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