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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

FAMÍLIA: SINAL DO AMOR DE DEUS

Dando sequencia as celebrações do mês vocacional, rezemos hoje pelas famílias.
A família é um “dos tesouros mais importantes” e “patrimônio da humanidade” (DAp, 432). É um bem para o casal, para os filhos, para a Igreja e para a sociedade. É lugar de realização humana, geração da vida, igreja doméstica, formadora de valores. 

Rezemos pela santificação de nossas famílias: que sejam lugar do cultivo do amor, do diálogo, da aco­lhida, do perdão, da realização humana, da fidelidade e da paz.
Rezemos, de modo especial, por todos os pais, neste dia a eles dedicado.

Canto inicial (“Ilumina, Ilumina”, de Pe. Zezinho, CD Momentos Especiais; Paulinas, COMEP)
1. Minha prece de pai é que meus filhos se­jam felizes. / Minha prece de mãe é que meus fi­lhos vivam em paz. / Que eles achem os seus cami­nhos! Amem e sejam amados! Vivam iluminados! / Nossa prece de filhos é prece de quem agradece. / Nossa prece é de filhos que sentem orgulho dos pais. / Que eles trilhem os teus caminhos! Lou­vem e sejam louvados! Sejam recompensados!
Refrão: Ilumina, ilumina / nossos pais, nossos filhos e filhas! / Ilumina, ilumina / cada passo das nossas famílias!
2. Minha prece, ó Senhor, / é também pelos meus familiares. Minha prece, ó Senhor, / é por quem tem um pouco de nós. Que eles achem os seus cami­nhos! Amem e sejam amados! / Vivam iluminados!
Introdução
A. (Animador): Querida família cristã, sejam to­dos bem vindos à nossa celebração. Hoje falaremos da vocação familiar, vista pelo Documento de Apare­cida como um “tesouro” ameaçado pela cultura atual, que mostra o divórcio como algo natural e atraente para a família. De coração contrito e humilde, e com muito entusiasmo, iniciemos nossa celebração.
T. (Todos): Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém!
A.: A família de Nazaré é para nós exemplo de unidade, diálogo, compreensão, respeito, amor, en­fim, rezemos pela vocação familiar, que é dom e graça de Deus na humanidade.
L1 (Leitor 1): “A família cristã está fundada no sacramento do matrimônio entre um homem e uma mulher, sinal do amor de Deus pela huma­nidade e da entrega de Cristo por sua esposa, a Igreja. A partir dessa aliança se manifestam a pa­ternidade e a maternidade, a filiação e a fraterni­dade, e o compromisso dos dois por uma socieda­de melhor” (DAp n. 433).
T.: “A família tem início na comunhão con­jugal, como ‘aliança’, na qual o homem e a mulher ‘mutuamente se dão e recebem um ao outro’” (João Paulo II, Carta às Famílias).
L2: “No matrimônio, o homem e a mulher unem-se entre si tão firmemente que se tornam – segundo as palavras do livro do Gênesis – ‘uma só carne’ (Gn 2,24) [...]. Uma existência chamada a servir a verdade no amor. O amor faz com que o homem se realize através do dom sincero de si: amar significa dar e receber aquilo que não se pode comprar nem vender, mas apenas livre e reciproca­mente oferecer” (João Paulo II, Carta às Famílias).
T.: “A família, que tem início no amor do homem e da mulher, se origina radicalmente do mistério de Deus. Isto corresponde à es­sência mais íntima do homem e da mulher, à sua constitutiva e autêntica dignidade de pessoa” (João Paulo II, Carta às Famílias).
Canto (Se oportuno: “Famílias do Brasil”, de Pe. Zezi­nho, CD Canções que a fé escreveu; Paulinas, COMEP)
Testemunho Vocacional
L3: Joana Beretta Molla nasceu no ano de 1922 na Itália. Recebeu de seus pais o ensinamento da fé cató­lica e em sua juventude, enquanto estudava, expres­sava a sua fé no trabalho com a Ação Católica, além de ser profundamente caridosa e dedicada à caridade com os mais pobres. Formou-se em medicina e, em 1950, abriu um consultório, onde demonstrou cuida­do especial com as mães, crianças, idosos e pobres, considerando a sua vocação como um dom de Deus.

L4: No ano de 1955 casou-se com Pedro Molla. Depois de quatro anos de casada já tinha três filhos, e sabia equilibrar os deveres de mãe, de esposa e de médica. Na quarta e quinta gravidez, Joana teve dois abortos espontâneos, sem conseguir expli­cações satisfatórias para o ocorrido. Em 1961, ela engravidou pela sexta vez. Mesmo ciente dos ris­cos da nova gravidez, Joana Beretta não deixou de amar a criança esperada.

L5: Em seguida descobriu que tinha um tumor no útero e este deveria ser extirpado. Entretanto precisaria retirar todo o útero. A consequência da cirurgia seria a morte do bebê. Porém Joana nun­ca aceitou esse procedimento, e dizia: “a mãe dá a vida pelo filho”. Pediu, então, ao cirurgião que sal­vasse a vida que trazia em seu seio.
L6: Após sete meses de gestação, e sem hesi­tação, exigiu que salvassem a vida da criança. Com admirável força, com profunda dedicação de mãe, e depois de muito sofrer, no dia 21 de abril de 1962, por meio de uma cesariana, deu à luz uma menina de quatro quilos e meio. O pai batizou a filha com o nome de Joana Emanuela, homenageando a mãe e o nome que significa “Deus Conosco”, louvando a presença de Deus em suas vidas.
L7: Joana sabia que aquela criança enriqueceria o lar de sua família, porém sabia também que não poderia gozar da presença de Emanuela. Apesar dos esforços dos médicos para salvar a vida tam­bém da mãe, no dia 28 de abril, Joana morreu, aos 39 anos de idade. Seu funeral foi marcado por uma profunda comoção de fé e oração. Assim disse o papa Paulo VI sobre o exemplo de Joana:
T.: “Uma jovem mãe da Diocese de Milão que, para dar a vida à sua filha, sacrificava, com imolação meditada, a própria”.
L8: Joana Beretta foi beatificada pelo papa João Paulo II no dia 24 de abril de 1994, no Ano Inter­nacional da Família. E elevada aos altares como santa, com a presença de sua filha, Joana Emanue­la, no dia 16 de maio de 2004.
A.: Neste momento, procuraremos partilhar nossas opiniões sobre algumas questões.
L1: O que suscita em nós o testemunho de vida de Santa Joana Beretta Molla? Conhecemos alguma mãe que como ela deu a sua vida para salvar o seu filho ou filha?
L2: Santa Joana tinha como modelo de família a vivência do amor, da oração, da doação, da defesa da vida. E hoje, quais são os modelos que encontramos?
L3: A partir do testemunho de Santa Joana e do exemplo da família de Nazaré: Jesus, Maria e José, como é possível enfrentar os desafios que afligem nossa família atualmente?
Refrão Orante (“Onde reina o amor”, Taizé, CD Co­ração Confiante; Paulinas, COMEP)
T.: Onde reina o amor, fraterno amor. Onde reina o amor, Deus aí está.
Leitura Orante da Palavra de Deus
A.: A Palavra de Deus edifica e sustenta as fa­mílias. Caminhar alicerçado nela é construir bases sólidas de amor, esperança e de vida plena a cada momento. Com ouvidos de discípulos atentos ao Mestre, aclamemos:
Canto de aclamação (“A vossa Palavra Senhor”, de Frei Luiz Turra. In.: Canta Povo de Deus, São Paulo, Loyola, 1998)
Refrão: A vossa Palavra, Senhor, é sinal de interesse por nós. (bis)
1. Como um pai ao redor de sua mesa, revelando seus planos de amor.
2. É feliz quem escuta a Palavra e a guarda no seu coração.
3. Neste encontro da Eucaristia aprendemos a grande lição.
A.: O Senhor esteja convosco.
T.: Ele está no meio de nós.
A.: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas (Lc 2,41-52).
T.: Glória a vós, Senhor.
Lado A: Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando com­pletou doze anos, eles foram para a festa, como de costume. Terminados os dias da festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem.
Lado B: Pensando que se encontrasse na ca­ravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e conheci­dos. Mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, procurando-o. Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mes­tres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas.
Lado A: Todos aqueles que ouviam o meni­no ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram, seus pais fi­caram comovidos, e sua mãe lhe disse: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!”. Ele respondeu:
T.: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?”.
Lado B: Eles, porém, não compreenderam a pa­lavra que ele lhes falou. Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração. E Je­sus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens.
A.: Palavra da Salvação.
T.: Glória a vós, Senhor.
(Breve momento de meditação)
Passos para a Leitura Orante
A.: Neste momento, no qual refletiremos sobre a Palavra de Deus, é importante respondermos algu­mas questões.
1º passoO que o texto diz em si?
L4: Qual foi o motivo da viagem? Quem são os personagens e o que fazem? Quais são as falas dos personagens? Como eram as relações entre eles?
2º passoO que o texto me diz? E para minha comunidade?
L5: O que mais chamou a minha atenção no tex­to? Que luzes o texto traz para minha vida familiar e para vida em comunidade cristã? Há algo que não entendi no texto?
3º passoO que este texto me leva a dizer a Deus?
L6: Peça, agradeça ou louve a partir das luzes e pistas descobertas com a leitura e partilha da Pala­vra de Deus.
4º passoQuais os compromissos que eu assu­mo a partir da Palavra de Deus?
L7: O que precisa mudar em minha família? Ex­por um compromisso pessoal e familiar, sem dizer o problema. Elaborar um compromisso da comuni­dade cristã com as famílias da paróquia ou diocese.
Oração Vocacional
A.: Deus amoroso, tu que enviastes vosso Filho para encarnar-se no seio de uma família, que teu Espírito infunda em nós os dons da fidelidade e res­ponsabilidade, para respondermos com ardor o nosso chamado a viver a vocação familiar. Senhor da messe, pedimos que sejamos atentos ao vosso chamado, que, a exemplo de Jesus, Maria e José, tenhamos a fé e disponibilidade para responder Sim e sirvamos com alegria na construção do teu Reino.
T.: Amém!
A.: Jesus manso e humilde de coração!
T.: Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
Concluir com Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
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Canto final (“Oração pela família”, de Pe. Zezinho, CD Sol nascente, sol poente; Paulinas, COMEP)

Aprofundamento
A partir do Evangelho de Lucas (Lc 2,41-52) perce­bemos que cada pessoa é chamada a cuidar e ze­lar pela família. Na família somos chamados a ser exemplos do amor, testemunhando para a cultura atual, muitas vezes descrente, que a família continua sendo sinal de Vida Plena.
A família é a igreja doméstica, o lugar onde o amor de Deus deve acontecer. Neste espaço devem ser cultivados os valores cristãos. Deus também quis ter uma família e nela se encarnou, tão somente por amor gratuito. O Ca­tecismo da Igreja Católica, em seu nº 458, nos diz que: “A família é a célula originária da sociedade humana [...]. Os princípios e os valores familiares constituem o fundamen­to da vida social. A vida em família é uma iniciação à vida da sociedade”.
Dessa forma a vocação familiar deve nos impulsionar a dinamizar o amor, o respeito, o diálogo, construir relações fraternas, frente a uma sociedade cada vez mais egocêntri­ca, onde os valores comunitários estão sendo esquecidos. O vocacionado à família deve testemunhar que é possível viver esta vocação com olhar cristão na atualidade, que constituir família não é coisa do passado e tampouco fruto do acaso, mas é opção. Assim, a Palavra de Deus nos dá pistas de como abraçar e viver esta vocação de maneira madura e responsável.
Outro ensinamento importante da Palavra é sobre a mesa onde fazemos as refeições. Ela é muito importante para nós cristãos e para nossas famílias, pois foi ao redor de uma mesa que Jesus se entregou por todos nós, por isso, precisamos resgatar o sentido da mesa, lugar de en­contro, de partilha, de perdão, de orientação; lugar onde as nossas relações familiares se sustentam e se transformam em relações fraternas e amorosas.

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