Por Exequiel Alvarez, Geraçao PHN – Corrientes, Argentina
A decisão do Supremo Tribunal Federal do
Brasil (STF), que descriminalizou o aborto de feto com anencefalia,
continua gerando controvérsias e discordâncias. A Igreja Católica, una e
santa por graça divina, não cessará de proclamar, nos quatro pontos da Terra, que será sempre “a favor da vida”.
O blog ‘Canção Nova pelo mundo’ fez uma
entrevista com o padre argentino da diocese de Corrientes, Martín
Daniel González, falando sobre essa decisão do STF no Brasil. O
sascerdote responde as perguntas sem nenhuma técnica, mas com grande
reflexão e discernimento.
“Verdadeiramente, a notícia da lei sancionada, no Brasil, não deixa de me surpreender, pois espero nunca perder
a capacidade da surpresa diante do mau. Como em outras ocasiões de
aprovações de leis desse tipo, o que mais me surpreende são os
argumentos empregados para proclamá-la. ‘Berços, não ataúdes’
proclamavam os defensores dessa lei, pedindo o direito de matar, de
tirar uma vida. Soa-nos uma contradição, não é? Segue-se proclamando e
defendendo a capa e a espada, o direito da mulher de decidir sobre seu
próprio corpo; mas nos esquecemos de que, desde a concepção, há uma pessoa, há um corpo, diferente do corpo da mãe”.
O sacerdote continua fundamentando sua opinião sobre o impacto dessa notícia:
“Depois de ver alguns dados, não posso deixar de pensar que, por trás
de leis como essas se esconde (não tão escondido) o multimilionário
negócio do aborto ‘legal’. No mundo morrem (segundo algumas
estatísticas) 0,0021 % das mulheres que recorrem ao aborto, algumas
delas em países nos quais esta prática já está despenalizada há algum
tempo.
Num país como o Brasil, uma em cada
mil crianças padecem de anencefalia. Depois de nascerem vivas, elas
permanecem assim por horas, dias ou, como Marcela de Jesus, um ano e
oito meses”.
Devemos dizer que, na Argentina, já
existe uma lei similar à promulgada dias anteriores no Brasil. O
sacerdote, refletindo sobre essa questão, diz que essas leis apenas
alertam, mais uma vez, para o horizonte do nosso povo, pois “um país que mata seus próprios filhos não tem futuro” (João Paulo II).
“Deus continua dirigindo Seu Povo para
Sua vontade, que é, antes de mais nada, a felicidade da humanidade. Sua
voz é clara”, diz padre Martín, que nos exorta a nos pronunciarmos
sempre a favor da vida, tendo como primeira atitude a oração incessante.
Em seu país, o consagrado a Deus dirige umas palavras a todos os cristãos: “O
pedido do Senhor é claro, devemos defender a vida! Em todas suas etapas
e em todas suas formas, a despenalização do aborto exige dos cristãos
muita valentia. Se ‘agora é legal e não há lei que a impeça’, você vai
fazer o aborto? A resposta é bem mais valiosa”.
Sigamos, dia a dia, dizendo sim à vida, à nossa e àquela que foi posta em nossas mãos. É decisão, de cada batizado, elevar sua voz junto à Igreja e dizer “não” ao aborto, mas “sim” à vida.
O problema, entretanto, não termina com a
morte da criança, pois, depois do ato do aborto, é preciso dar atenção
às mães, porque elas não são capazes de superar a decisão que tomaram
(ou que foram obrigadas a tomar).
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