A Palavra pregada por Jesus deve
ser recebida, acolhida e refletida, pois é o anúncio da Boa Nova. Por
meio dela, toda a humanidade, com alegria e fé, reconhece que o Senhor é
o Pão da vida, que conduz os homens à comunhão com o Pai.
Por sua vez, com alegria e entusiasmo, a
humanidade deve se comprometer com a Palavra e anunciá-la aos seus
irmãos, fazendo dela uma única realidade. Assim como Jesus e o Pai são
um só, também os homens devem ser um só com Ele. Este foi, é e deverá
sempre ser o conteúdo da mensagem de Jesus. É fundamental que nós
cristãos lutemos pela unidade, mas não pela desunião.
O ditado que afirma “cada um por si e
Deus por todos” não tem lugar para nós, nem mesmo entre aqueles que não
se conhecem ou são de outras confissões religiosas. Quando você se
encontra com pessoas que não são católicas, qual é o seu comportamento?
Sobre o que vocês têm falado ou discutido? Quanto a mim, por exemplo,
não dialogo sobre coisas que nos dividem, mas sim sobre assuntos que nos
aproximam e nos unem. Muitas vezes, nos julgamos os “melhores” e os
“sabedores de tudo”, mas nos esquecemos de que o nosso Deus também é o
Senhor daqueles que julgamos “ruins”.
Hoje, Jesus volta a nos ensinar. Cristo
vem nos mostrar que Ele e o Pai estão unidos pelo mesmo amor. E essa
mesma união deve acontecer com os discípulos que estão unidos a Jesus.
“Ninguém pode vir a mim, se o pai que me enviou não o atrai” (Jo 6,44).
Viver em comunhão com Deus – e entre nós – deve ser nosso desejo e
nossa missão de cristãos. Fomos feitos para a comunhão de irmãos, jamais
para a divisão e a separação. Portanto, se você estiver vivendo isso,
levante-se, hoje mesmo, e vá se encontrar com quem você brigou ou
discutiu. Peça-lhe perdão e reconcilie-se com ele. Esse é o Pão do qual
Jesus, redundantemente, quer que comamos: “Eu sou o pão vivo descido
do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é
a minha carne dada para a vida do mundo” (Jo 6,51) .
Estamos diante do longo discurso sobre o
Pão da vida, pronunciado após a partilha dos pães com a multidão na
montanha. Um dos aspectos salientados por Jesus é que a iniciativa da
salvação vem do Pai. Ninguém se faz discípulo de Jesus se não for
designado por Deus. Todo aquele que escuta a Sua Palavra e procura fazer
a vontade d’Aquele que o enviou, é introduzido na vida que nunca mais
terá fim. Aqui está o Pão que desceu do céu. Quem comer d’Ele nunca
morrerá.
Nos nossos dias, alimentar-se de Jesus é
ter vida, é contemplá-Lo e seguir Seus passos. No serviço, na
fraternidade, na solidariedade social, na busca pela justiça e pela paz,
entra-se em comunhão de vida eterna com o Senhor.
Deixemo-nos tocar pelo convite de Jesus: “Vinde, convidados do meu Pai! A mesa está posta. Vinde!”.
Participemos plena, consciente e ativamente. Comamos e bebamos o Corpo e
o Sangue de Jesus. Repito: essa mesa é da compreensão, do diálogo, do
perdão, da reconciliação. Ninguém deve se aproximar dela se não perdoar,
de todo coração, a seu irmão, sua irmã, seu marido, sua esposa, seu
esposo, seus filhos, colegas, amigos e até aos inimigos.
“Mas, padre, o que ele me fez foi muito
duro e doloroso! Sinto as feridas até agora.” Eu lhe respondo: “Busque,
em primeiro lugar, o Reino do Deus e a Sua justiça, pois o resto lhe
será dado por acréscimo!”. É Jesus quem está dizendo isso a você, meu
irmão e minha irmã!
Corra atrás daquilo que você chama de
“prejuízo”. Deus é maior, Ele pode tudo. Aliás, o verdadeiro cristão não
deve ser inimigo de ninguém nem dever a ninguém, a não ser ter a dívida
do amor.
Padre Bantu Mendonça
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