Bandeira empunhada por um californiano durante a JMJ 2013 |
Há alguns
anos, quando anunciaram que no Rio de Janeiro aconteceria a próxima Jornada
Mundial da Juventude eu logo gritei: eu vou! Parecia tão somente um desejo
empolgado de viver o que muitos jovens viveram ao longo de outras jornadas, mas
o futuro é surpreendente e eu de fato viveria esse itinerário de fé.
Posso dizer Deus
me escolheu, não por privilégio ou por merecimento, mas porque Ele sabia o
quanto eu necessitava estar ali, em comunhão com tantas pessoas, vivendo a
jornada, revendo minhas posturas, alimentando-me espiritualmente, convivendo e
sendo Igreja.
Na minha
peregrinação particular – caminhando com o grupo de jovens Nossa Senhora do
Amparo (Paróquia de São Gonçalo dos Campos) – afetivamente não me senti
perdida, aliás creio que em nenhum momento
algum peregrino sentiu-se assim, mesmo quando esteve nos recônditos do
Rio. Havia por ali sempre alguém de mochila nas costas ou camiseta amarela para
acolher e orientar!
Me perdi
algumas vezes quando em meio a multidão acabei me separando do meu grupo. Ainda
assim, percebi que algumas vezes é preciso “estar perdida” para promover outros
encontros, visualizar outros sorrisos, reavivar a fé através dos exemplos ali percebidos:
dificuldade de comunicação (tantos irmãos estrangeiros), deficiências físicas,
idade avançada, gente que viajou dias num ônibus...
Para mim, ali
estavam exemplos incríveis de fé e vontade de servir a Deus. Em cada exemplo,
percebi o quanto muitas vezes crio argumentos para não me dedicar ao Seu amor.
Bem, esse
texto não era pra falar diretamente de mim (risos) é sobretudo para expressar a
gratidão de ter vivido uma grandiosa e rica experiência de fé, quem sabe a
maior delas. Assim, sou grata:
A Deus, por
ter sonhado isso tudo antes de nós todos e por ter nos chamado a irmos ao Rio
de Janeiro, cidade que apesar das mazelas sociais é de fato abençoada e
multiplicou suas bênçãos por todo o mundo nos últimos dias.
A Arquidiocese
do Rio e a todos que colaboraram para organizar o evento. Eu não vi falhas. A
perfeição está em Deus, sabemos, mas tudo o que não podia ser humanamente feito
Deus completou para que honrássemos o seu Nome naquele lugar.
Aos
voluntários (em especial a minha amiga Luana Kaminski). Falo de pessoas vindas
dos mais diversos cantos do planeta e que despojaram-se de suas atividades e do
seu conforto para servir com amor, imitando o próprio Jesus, que veio para
servir a todos.
Ao Grupo Jovem
Nossa Senhora do Amparo (em especial a Roquenei Purificação). Obrigada pelo
convite, pela acolhida e por terem partilhado comigo tantas coisas durante esta
incrível peregrinação (Igreja, metrô, caminhada, Copacabana, arruma mala,
bagunça tudo, pega cartão, cadê o crachá?, vamos logo!!! rs).
Àqueles que
caminharam comigo, ainda que geograficamente distantes: minha família, amigos,
colegas de trabalho, tantos e tantos, que mesmo não sendo católicos ficaram
entusiasmados, torceram, rezaram e “colaboraram” com as minhas faltas no
trabalho e nas atividades pastorais.
E ao sorriso
mais encantador do mundo. Ao sorriso de Francisco! Ao ver o sucessor de Pedro e
ao ouvi-lo sentimos nosso coração arder num desejo inconstante de amar, viver e
ser Igreja. A paz revelada no Papa Francisco e seu jeito simples de anunciar o
Evangelho (em palavras e atitudes) apenas nos lembram daquilo que já sabemos:
Deus, certamente o escolheu, devemos ouvi-lo e rezar por ele como
constantemente tem nos pedido.
No mais, o
desafio começa agora: Ide e fazei discípulos entre todas as nações Mt (28,19).
Aqui ou ali onde estivermos devemos viver o compromisso assumido de anunciar respondendo
à intimação do próprio Jesus. É Ele quem caminha ao nosso lado e dá sentido a
todas essas coisas. Por tanto, agora mais do que nunca é hora de retribuirmos o
Seu amor!
Clécia Ribeiro
Clécia Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário