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sábado, 30 de março de 2013

HISTÓRIA DO SÁBADO SANTO


Na Igreja antiga, também durante este dia não havia nenhuma função litúrgica. Era só a noite que se iniciavam as solenes comemorações da ressurreição. Essa vigília solene já era mencionada em livros do século segundo.
De acordo com o testemunho de S. Jerônimo (347-419 m.m) essa vigília de orações já existia no tempo dos apóstolos. As cerimônias começavam ao por do sol e duravam praticamente até a meia noite. A manhã do sábado era ocupada com a preparação dos que à noite receberiam o batismo solene: eram feitos os ritos preparatórios com os exorcismos e a profissão de fé. Com o passar do tempo, as cerimônias começaram cada vez mais cedo, até serem feitas na manhã de sábado. Com isso a vigília pascal perdeu muito de seu significado e de sua majestade.
Em 1951, o papa Pio XII reintroduziu a vigília noturna. Inicialmente o horário noturno era apenas facultativo. A partir de 1956, tornou-se obrigatória a celebração noturna. Os mais antigos ainda devem lembrar como ao meio dia de sábado já repicavam os sinos anunciando a ressurreição.
Riquezas na Liturgia
Na vigília do sábado santo podemos distinguir quatro partes: 1ª. Benção do Fogo; 2ª. A benção do Círio Pascal; 3ª. A benção da água batismal; 4ª. A missa de Páscoa. É bastante antigo o costume de benzer o fogo novo na vigília pascal. Hoje em dia, é bastante para nós apertar um botão e ver brilhar a luz, ou riscar um fósforo e acender o fogo.
Antigamente, as casas conservavam continuamente aceso um fogo ou uma lâmpada. Na noite de quinta-feira apagavam-se as velas nas igrejas e também nas casas. Para iniciar, pois, a vigília pascal era preciso acender novamente o fogo, o que se fazia usando pedra – a pederneira. Com esse fogo novo eram acesas as velas da igreja e os fiéis levavam depois velas e tochas para acenderem também as luzes em suas casas. Isso dava à cerimônia um grande significado. O fogo novo lembrava facilmente a fé, a luz e a vida que o Cristo nos trouxe e que deve influenciar toda a nossa vida. Cada lâmpada acesa durante o ano nas casas lembrava continuamente esse significado: era uma concretização simbólica da presença de Cristo que deve iluminar cada lar cristão.
Com o fogo novo era acesa uma grande vela, o círio, que era levado para dentro da igreja e era benzido solenemente, lá pelo ano 300. O círio pascal é uma figura de Cristo, assim podemos compreender a solenidade das palavras da benção litúrgica, que data possivelmente do século quinto. Na Idade Média, o círio atingia às vezes enormes proporções. Sabemos de um círio usado na Inglaterra, em 1517, que tinha uns 11 metros de altura.
A terceira parte da vigília era a benção da fonte batismal. Eram feitas nada menos de doze leituras da Escritura (a partir de 1956 ficaram reduzidas a quatro apenas). Essas leituras deviam servir de instrução para os que deviam ser batizados nessa noite. Até o Século XV, em Roma, as leituras eram feitas também em grego. Terminadas essas longas leituras, o bispo com os sacerdotes e os que deviam ser batizados, dirigiam-se para o batistério da Igreja. Ali se fazia a benção da água batismal e as longas cerimônias do batismo. Isso demorava bastante. Por isso o povo que continuava na Igreja ficava cantando a ladainha de todos os santos. Chegavam a cantar três vezes a ladainha toda; na primeira vez cada invocação era repetida 07 vezes; na segunda 05 vezes; na terceira 03 vezes.
Podemos imaginar como era grande o número de batizados, que eram feitos, aliás, só nessa ocasião. Terminado o batizado, os novos cristãos voltavam para a Igreja, vestidos de branco, cada um trazendo uma vela acesa. Por esse tempo estavam também terminando a ladainha de todos os santos.
Começava então a última parte da vigília pascal, a celebração da santa missa. Essa solenidade foi sempre considerada na antiguidade a máxima solenidade da Igreja. Nessa missa, os recém-batizados participavam da comunhão pela primeira vez. Até o ano 600 mais ou menos, esses novos Cristãos recebiam, depois da comunhão uma bebida preparada com leite e mel. Terminada a missa, os fiéis voltavam para seus lares, cada família levando uma vela acesa: uma bela imagem do cristão que leva ao mundo a luz que é o Cristo.
Pe. Inácio Medeiros, CSsR Santuário Nacional


http://www.a12.com/semanasanta/pascoa-do-senhor/

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