Esta nossa chamada vida, não é mais do que um círculo que fazemos de pó a
pó: do pó que fomos ao pó que havemos de ser. Uns fazem o círculo
maior, outros menor, outros mais pequeno, outros mínimo: De utero
translatus ad tumulum: Mas ou o caminho seja largo, ou breve, ou
brevíssimo; como é círculo de pó a pó sempre e em qualquer parte da vida
somos pó. Quem vai circularmente de um ponto para o mesmo ponto, quanto
mais se aparta dele, tanto mais se chega para ele: e quem, quanto mais
se aparta, mais se chega, não se aparta. O pó que foi nosso princípio,
esse mesmo e não outro é o nosso fim, e porque caminhamos circularmente
deste pó para este pó, quanto mais parece que nos apartamos dele, tanto
mais nos chegamos para ele: o passo que nos aparta, esse mesmo nos
chega; o dia que faz a vida, esse mesmo a desfaz; e como esta roda que
anda e desanda juntamente, sempre nos vai moendo, sempre somos pó.
(Padre António Vieira)
(Padre António Vieira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário