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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

SEGUNDO DOMINGO DO ADVENTO

Lucas 3, 1-6
“Esta é a voz de quem grita no deserto: preparem o caminho do Senhor”


Atrás das informações históricas deste texto, referentes às autoridades seculares e religiosas que teriam influência nos primórdios do cristianismo, jaz a realidade trágica da resposta negativa deles à Palavra de Deus e aos seus mensageiros, João o Batista, e Jesus, o Cristo! Na pessoa do Pôncio Pilatos, a autoridade romana vai agir na decisão de assassinar o Messias; entre os governantes da Palestina, Herodes Antipas aparece diversas vezes no Evangelho, sempre com juízo negativo, e será o responsável pela morte de João, além de estar presente no sofrimento de Jesus na Semana Santa; Anás (Sumo Sacerdote de 6 - 15 d.C) e o seu genro Caifás (Sumo Sacerdote de 18-37 d.C) só funcionam porque os romanos permitiam e realmente foi a eles que serviam. Os sumos sacerdotes sempre serão hostis a Jesus e à sua pregação e no fundo eram eles os responsáveis pela Sua morte.
No meio deste elenco de poderosos corruptos e perseguidores, Deus manda João, o Batista, como arauto do novo tempo de graça e salvação. Deus não permite que a perversidade e a maldade tenham a palavra final na história da humanidade. Essa será mais tarde a mensagem básica do Apocalipse; o mal já é um derrotado, e embora possa parecer diferente, é Deus, e não a maldade, que controla a caminhada da história. Mensagem de conforto às comunidades sofridas do fim do primeiro século. Mas, esta vitória não se concretiza sem que haja luta, sacrifício, e cruz!
Lucas põe na boca de João um trecho de Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparem o caminho do Senhor, endireitem as suas estradas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão aplainadas; as estradas curvas ficarão retas, e os caminhos esburacados serão nivelados. E todo homem verá a salvação de Deus.” (v. 4-6)
Sem dúvida, podemos entender esse trecho num sentido metafórico, como descrição de uma mudança radical no estilo de vida de quem quer aceitar o convite à penitência e ao arrependimento. Os vales a serem aterrados, as montanhas e colinas a serem aplainadas, os caminhos esburacados a serem nivelados, simbolizam os empecilhos em nossas vidas a um seguimento mais radical e coerente de Jesus. Quem aceita a sua mensagem terá que mudar radicalmente - isso é, na raiz - a sua vida.
O último versículo: “E todo homem verá a salvação de Deus” (v. 6) faz eco ao tema lucano da universalidade da salvação, usando essa frase que não se encontra no texto paralelo de Mc 1, 3. Ninguém é excluído da mensagem e oferta da salvação. Mas a resposta depende de cada um de nós!
O Advento, embora não seja tempo de penitência no sentido que é a Quaresma, se torna tempo oportuno para uma revisão de vida, para descobrir quais são as curvas, montanhas, e pedras que teremos que tirar para que o Senhor realmente possa habitar nos nossos corações.

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