Jesus usava a dinâmica das
parábolas para atingir o coração dos discípulos e da grande multidão,
usando realidades do cotidiano deles, para que compreendessem os valores
do Reino de Deus. Mas o que vem a ser uma parábola?
Palavra de origem grega, “parabole” significa “narrativa
curta”. As parábolas de Jesus são narrativas breves, dotadas de um
conteúdo alegórico, utilizadas nas pregações e sermões com a finalidade
de transmitir algum ensinamento.
Nesta parábola o próprio Mestre explica o seu sentido. A semente é a Palavra de Deus
que é o próprio Jesus, o Verbo feito carne. O terreno são aqueles
destinatários da Semente, ou seja, nós somos um bom ou mal terreno.
Declara-se qual o objetivo de Satanás: fazer com que os homens não
cheguem à fé. E indica-nos finalmente o modo para darmos fruto: a
paciência, a perseverança.
Nem sempre a semente da Palavra cai num bom terreno.
Os primeiros cristãos propunham o problema: “Por que o Reino não é
aceito por todos em Israel? E por que tantos que o aceitam deixaram-no
depois?” O Reino, anunciado e promovido pela Palavra de Deus – que é
Cristo – tem por si mesmo uma irresistível força de crescimento. Só as
más disposições do coração humano podem deter-lhe o desenvolvimento.
Jesus ressalta o grande fruto da semente: apesar de tudo, a Palavra de
Deus progredirá, dará seus frutos. Também em nós desce a Palavra de
Cristo para operar com todo o seu potencial.
O agir do cristão tem como norma não uma moral feita de preceitos,
mas sim um germe interior, uma Palavra de Deus, uma ação de Deus em nós
que deve ser levada à maturação, em colaboração com o Espírito Santo.
Você já ouviu falar que a conversão é dom e tarefa? Sim: ela é dom
porque é sugerida e impulsionada pela graça divina, mas também é tarefa,
porque entra a participação nossa, colaborando com Deus e Sua graça
para nossa mudança de vida.
Então a Palavra de Deus é sempre eficaz, transformadora, cheia de
Vida. Mas se o terreno não for arado, preparado e adubado para dar
condições a esse Germe Divino brotar, crescer e dar frutos. Devemos nos
perguntar: “Que tipo de terreno eu tenho sido para a Palavra de Deus?
Que qualidade, tempo e importância tenho dado a ela em minha vida?”
Porque essa mesma semente tem seus adversários e o próprio “joio”.
Lembra de outra parábola contada pelo Mestre para sufocar a semente?
(cf. Mt 13, 24-43) Jesus diz que serve para confundir, mas na hora da
colheita o trigo pesará porque tem conteúdo e o “joio” ficará comprido e
esguio por ser vazio. Portanto, não esqueçamos o modo de colaborar com a
semente: “E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança” (Lc 8,15).
Padre Luizinho – Comunidade Canção Nova
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