O apoio de uma amizade neste mundo “mais que moderno” torna-se fonte de segurança externa como também apoio psicológico
Entende-se por amizade uma relação íntima entre duas pessoas, e essa
relação se realiza espontaneamente, tendo como característica um forte
componente afetivo. O encontro da amizade é entendido como um
relacionamento de confiança entre as pessoas. Normalmente, as duas
pessoas são beneficiadas na amizade, nela estão envolvidos valores
éticos, sociais, afetivos e morais.
Foto Daniel Mafra/cancaonova.com
A amizade dentro de uma perspectiva científica é compreendida como
uma importante fonte de felicidade e bem-estar. Ela proporciona o apoio
social, o compartilhamento de experiências, interesses, memórias,
pensamentos, sentimentos e emoções.
Historicamente, o ser humano sempre necessitou do contato social.
Quando se viam desprotegidos dentro do ambiente, homens e a mulheres
buscavam o contato coletivo, pretendendo se proteger dos muitos perigos
externos. Eles percebiam que sozinhos teriam mais probabilidade de
morrer. Nesse sentido, o contato com outros sempre trouxe a perspectiva
de apoio e proteção.
Assim, desde muito cedo, está claro para a humanidade que não somos seres solitários, somos, antes, sociais, pessoas que necessitam constantemente do outro, e assim somos mais felizes.
Na amizade, vivemos uma dimensão muito importante, que é constitutiva
do ser: a afetividade, na qual, podemos manifestar e experimentar o
amor, o carinho e muitos sentimentos e comportamentos que nos tornam
mais humanos. O apoio de uma amizade, neste mundo “mais que moderno”, é
muito importante, pois se tornou fonte de segurança externa como também
apoio psicológico.
Quando temos alguém para confiar os nossos segredos, sonhos,
dificuldades pessoais e problemas de vários gêneros, não nos sentimos
sozinhos no mundo. O acolhimento de um outro nos faz acreditar que somos
importantes, portanto, as dificuldades, quando compartilhadas,
tornam-se menores, minimizadas e assim podemos ver saídas, ter
esperança.
Algumas pesquisas têm demonstrado que quando a pessoa que tem amigo
ou amigos apresentam menor propensão ao consumo de cigarros e álcool,
como também menor chance para desencadear uma depressão ou mesmo algumas
doenças físicas.
O amigo pode ajudar o outro na manutenção de uma mudança de vida,
como também pode mobilizá-lo para outras. As relações de amizade
permitem ao indivíduo o aprendizado de habilidades sociais ao longo de
todo o ciclo vital ( infância, vida adulta e velhice). Em cada momento
da nossa vida experimentamos a amizade de uma forma específica, e ela é
valiosa para o nosso amadurecimento pessoal nessas etapas. Se,
porventura, percebermos que temos dificuldades para ter amigos,
perceberemos também que o ativismo diário tem nos distanciado dessa
forma íntima e importante de relacionamento, ou alguma experiência
negativa nos fez desacreditar. É tempo de voltar a abrir-nos para o
encontro com um amigo, pois ele é uma riqueza para nossa vida.
“Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir,
porque amigo não se pede, não se compra nem se vende. Amigo a gente
sente!” (Isabel Machado)
João Carlos e Maria Luiza
João Carlos Medeiros é membro do segundo elo Comunidade Canção Nova.
Psicólogo clínico e familiar, Medeiros também é logoterapeuta, sexólogo e
mestre em sexologia humana. Casado com Maria Luiza da Silva Medeiros
que também é membro do segundo elo Comunidade Canção Nova, é psicóloga
clínica e familiar. Ela é pós-graduada em psicoterapias cognitivas e em
neuropsicologia.
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