Santa Paulina nasceu na Itália, em Vigolo-Vattaro, no dia 16 de dezembro
de 1865, e foi batizada com o nome de Amábile Lúcia Visintainer. Filha
de Napoleão Visintainer e Ana Pianezzer. Sua família muito pobre, com
muitos imigrantes italianos, imigrou para o Brasil, mais precisamente em
S.Catarina, onde fundaram Nova Trento, quando Amábile tinha 9 anos de
idade. Ela sempre quis ser irmã...mas haviam muitas dificuldades, como o
fato de sua família ser muito pobre...E com a morte de sua mãe, quando
Amábile tinha 22 anos, teve que assumir as responsabilidades da casa, de
cuidar de seus irmãos...Até q seu pai contrai novo Matrimônio e o sonho
se reaproxima.
Surge uma cancerosa pobre, cuja família não pode cuidar...logo os
jesuítas e o povo indicam quem pode se dedicar a ela: Amábile e sua
amiga Virgínia...Desse gesto simples, mas cheio de amor, nasce a
Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, no dia 12 de julho de
1890, em um casebre de madeira de 24 m², que receberam de doação. Nesse
período Amábile sonha 3 noites consecutivas com Nossa Senhora e assim
relata: “Me encontrava diante de um lindo prédio desabitado,de dois
andares...Entrei e me deparei em uma sala com duas cadeiras.Súbito,
surgiu uma lindíssima senhora, em meio a pequenas flores brancas.Vestia
alvíssima túnica e, à cintura, uma faixa azul celeste...logo achei ser
Nossa Senhora de Lourdes, pois se vestia igual a imagem da mesma.” Na
segunda noite a senhora lhe diz: “Amábile, é meu ardente desejo que
comeces uma obra: trabalharás pela salvação de minhas filhas.” A jovem
lhe responde: “Mas como fazer isso minha Mãe? Não tenho meios, sou tão
miserável, ignorante...” Assim acorda...e na terceira noite dá sua
resposta: “Servir-vos Minha querida Mãe...sou uma pobre criatura, mas
para satisfazer o vosso desejo, prometo me esforçar o máximo que eu
puder!” Nesse mesmo sonho, Maria Santíssima lhe diz que em breve lhe
mostrará as filhas que quer confiar aos cuidados da jovem, e assim
acontece. Depois de um ano, Amábile se vê diante de um parreiral, onde
aparecem entre os cachos de uvas maduras, jovens de diferentes etnias
vestidas de branco...e Maria lhe diz: “Eis as filhas que te confio!”
A pobreza é imensa, mas as vocações crescem....para se sustentar, as
jovens vão trabalhar na roça à meia, ou seja, metade da produção fica
com elas, e metade com o proprietário, e a comida é pirão de farinha com
suco de limão.
Após visita do bispo diocesano de Curitiba, Amábile, Virgínia e Teresa, a
primeira a se juntar a elas, recebem aprovação e fazem os votos
religiosos no dia 07 de dezembro de 1895. Amábile passa a se chamar Irmã
Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Virgínia: Irmã Matilde da
Imaculada Conceição, e Teresa: Irmã Inês de São José.
Em 1903, Irmã Paulina se torna Madre Paulina, sendo eleita
superiora-geral, em um cargo vitalício. E juntamente com ir.Serafina e
uma postulante se transferem para S.Paulo, onde os jesuítas conseguem
doação do Conde José Vicente de Azevedo...Vem para morar em uma casa no
Ipiranga, onde cuidam dos ex-escravos abandonados, por causa da Abolição
da Escravatura, descendentes dos mesmos, e de crianças órfãs. Em 1909, a
humildade e obediência de Madre Paulina vão ser testadas até onde
muitos poucos puderam suportar... Por causa da intromissão de uma
benfeitora, a senhora Ana Brottero, que queria ser consultada e dar
ordens em todas as coisas que ocorriam na Congregação, Madre Paulina e
uma irmã vão expor o fato ao arcebispo D.Duarte Leopoldo e Silva, que
fica do lado da mulher rica e humilha a Madre Paulina, que estava
ajoelhada, dizendo assim: “A senhora está destituída do cargo de
superiora-geral, viva e morra na Congregação como súdita, que seja
convocado o Primeiro Capítulo-Geral .” E obtém prontamente a resposta
dela: “Estou pronta para entregar a Congregação à próxima
superiora-geral e o meu único desejo é que a obra de Deus vá adiante.”
D.Duarte manda a Madre Paulina, a fundadora, para um exílio em Bragança
Paulista, na S.Casa. O que caracteriza essa fase é exprimida pela frase
dita por ela: “Meu desejo é trabalhar, obedecer e morrer abandonada por
todas as criaturas desse mundo...recordada somente pelo meu caro
Jesus,que tanto amo.Vontade de Deus, paraíso meu!”
Em 1918, Madre Paulina é chamada de volta ao Ipiranga, para servir de
fonte histórica para a Congregação, que estava escrevendo sua história, e
para ser modelo para as irmãs. Ela se destaca no serviço às irmãs
enfermas, na confecção de flores artificiais e de rosários.
Em 1938, novamente sofre uma grande provação: estava fazendo flores
artificiais e rosários no porão da casa-geral, quando faz um corte no
dedo médio da mão direita, que não foi cuidado. Por causa dos diabetes, a
ferida se transformou em gangrena diabética e ela teve que amputar o
dedo, e posteriormente o braço... Mas nunca reclamou, nunca se lamentou,
nessa ocasião ela disse: “Deus me pediu o dedo, depois o braço. Mas por
que negar se sou toda dele? Estou devolvendo aquilo que ele me deu...
Que o nome Dele seja louvado em todas as partes, por todas as pessoas e
em todos os momentos.”
No ano de 1940, a Congregação fazia 50 anos, e Paulina 50 anos da sua
saída de casa. Assim quis deixar seu rico testamento espiritual, de
encorajamento, confiança. Na certeza de quem enfrentou muitas
tempestades retiramos essas duas frases: “Nunca, jamais desanimeis,
embora venham ventos contrários!Confiai em Deus e em Maria Imaculada
permanecei firmes e ide adiante!”
Madre Paulina foi ficando cada vez mais doente, ficou cega nos últimos
meses de vida e veio a falecer no dia 09 de julho de 1942, com 76 anos
de idade.
Foi beatificada em Florianópolis pelo papa João Paulo II, em 1991 e
canonizada pelo mesmo papa no Vaticano, dia 19 de maio de 2002.
Logo após sua morte muitos ativamente procuraram sua intercessão em
orações. Muitos favores e preces foram atendidas e muitos milagres são
creditados a suas intercessão.
Encontramos especialmente, vocações a irmandade e cura de doentes aos quais Madre Paulina dava grande amor.
Três relíquias foram feitas após a sua beatificação. Uma foi dada ao
Papa João Paulo II , uma ao Convento onde Madre Paulina vivia, outra a
Abert Visintainer e a sua família em Monte Carmelo, PA, USA foi dado um
pequeno osso do seu dedo.
A ela já foram oficialmente atribuídos dois milagres:
A cura de Eluisa Rosa de Souza que havia sido desengana pelos médicos
devido a um choque irreversível no sétimo mês de gravidez. O segundo a
cura de Iza Bruna Vieira de Souza com nove anos de um tumor no celebro.
Sua festa é celebrada no dia 9 de julho.
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